22 July 2017

EU PAGUEI 50.000$ PARA TER UMA MENINA

Depois de ter tido quatro meninos, o desejo de Jayne Cornwill de ter uma filha era tão grande que ela e o marido recorreram a uma clínica na Califórnia (EUA) para um procedimento que geralmente é usado no tratamento de casais com infertilidade.

A tecnologia chamada de PGD (Diagnóstico Genético Pré-implantacional) é usada como complemento de um tratamento de fertilização in vitro (FIV), que envolve o estímulo hormonal dos ovários, a retirada de óvulos através de uma cirurgia e a injeção de espermatozoides no laboratório. Com ajuda do exame genético os embriões que se formam à partir desses óvulos fertilizados são identificados com masculino ou feminino e somente os com o sexo desejado são transferidos para o útero da mulher.

“Eu fui criticada por brincar de deus, por me meter na natureza, por ser superficial.”

Principalmente para casais que sofrem de infertilidade a atitude dela pode ser entendida como um cúmulo de ingratidão. Mas Jayne faz questão de tentar explicar como ter uma filha foi um sonho dela desde a infância. Como a relação próxima com a própria mãe alimentou o desejo de ter “a sua menina” e como ela sofreu com a decepção de estar esperando um menino mais uma vez, sendo que ela nunca pôde deixar transparecer essa sensação. Porque no final o importante é que venha com saúde, não é?

Para Jayne, que caiu em depressão enquanto grávida com o seu terceiro filho e até considerou abortar, não foi tão simples assim.

“Dessa vez a gente não queria mais deixar o destino decidir. Pagamos 50.000$ e viajamos 13.000 quilometros para ter certeza que esse bebê fosse uma menina.”,

relata Jayne, que muitas vezes já se sentiu sendo julgada por ter tomado essa decisão. Para ela, foi com o nascimento da filha Emmerson em 2014, que ela finalmente sentiu a sua família completa. Até hoje ela continua advogando pela legalização da seleção de gêneros.